28 junho 2006

Apoio Divino



São em alturas como esta, que nos apercebemos que Deus nos ajuda e nos apoia, mesmo quando pensamos já não ser possível.
Isto porque, estando eu inscrito no ISCRA, este ano lectivo apenas consegui fazer uma disciplina, uma segunda disciplina, por motivos de força maior, até ao fim do mês não me é possível mandar a Prova de Avaliação à Distância. Quando, pela manhã liguei para me informar como me matricular para o próximo ano lectivo e se o livro (da disciplina não feita) era o mesmo, ao terem-me perguntado do porquê, fiquei muito feliz por saber que, ainda que tenha um custo mínimo, posso fazer a mesma em Setembro.
É verdade que nos “papeis” que tenho em casa, algo deve dizer sobre isso mas, como não olho a esses pormenores, considerei um grande apoio de Deus, no intuito de prosseguir este curso já que, se não conseguia até ao fim do mês, teria que o fazer no próximo ano lectivo, no entanto, e assim sendo, no próximo ano poderei matricular-me em outras disciplinas.

Obrigado, meu Deus e Senhor.

26 junho 2006

Lésbicas contornam a lei e inseminam-se em casa

"Esta é a minha mamã Marta. E esta é a minha mamã Cláudia."
O Pedro tem cinco anos e encarrega-se das apresentações. Na história da sua vida não há um pai. O Pedro tem duas mães.

Marta e Cláudia vivem juntas há dez anos, no Porto. Conheceram-se, apaixonaram-se e, passado um ano de namoro, juntaram os trapos na mesma casa. Pouco tempo depois, começaram a pensar em filhos. Marta tem 38 anos e sempre quis ser mãe: "Quando percebi que era lésbica achei que não poderia concretizar o meu maior sonho."

A ideia de que a maternidade está vedada aos homossexuais é explicada pela psicóloga Isabel Leal no seu livro Psicologia da Gravidez e da Parentalidade: "A expectativa da comunidade em geral é a de que os indivíduos homossexuais, homens ou mulheres, uma vez reconhecida e assumida a sua orientação sexual, abdiquem voluntariamente e em nome não se sabe bem de que valores (os mais invocados costumam ser o do direito das crianças) de virem a ser pais e mães." Para Isabel Leal, o que motiva esta assunção é um de dois aspectos: "Ou um preconceito tenebroso e encapotado ou uma ingenuidade confrangedora.

"Marta não sabe se foi preconceito, ingenuidade ou falta de imaginação o que a levou a supor que ser lésbica era sinónimo de não ser mãe: "Acho que me limitei a pensar: se não gosto de homens e eles são inevitáveis para que se faça um bebé, nunca vou poder ser mãe." A lei da procriação medicamente assistida (PMA), aprovada a 25 de Maio, reforça esta ideia, ao determinar que apenas casais heterossexuais podem recorrer à PMA, excluindo deste modo todas as mulheres sós.

Mas a exclusão da lei é contornável, como quase todas. Em Espanha, a lei de 1988 estipula apenas que as mulheres sejam maiores de idade, sem exigir saber estado civil ou afectivo. Foi justamente essa ausência de questões prévias que levou Marta e Cláudia a optar por uma clínica em Espanha. Marta foi inseminada com esperma de um dador anónimo e, como não engravidou à primeira, repetiu o procedimento mais duas vezes, gastando ao todo cerca de 3000 euros. "À terceira foi de vez. A Cláudia não tinha nenhuma vontade de ter um bebé a crescer na barriga. E, por isso, esteve sempre comigo mas fui eu que engravidei." E assim nasceu o Pedro.

A experiência foi tão forte que quiseram repetir. Mas, com a Sara, hoje com dois anos, foi diferente. As mães não foram a Espanha mas optaram por uma "inseminação caseira" (ver infografia): "Temos um grupo de amigos gays que disseram logo que nos ajudavam. Não queriam qualquer responsabilidade na educação da criança mas disponibilizavam-se para serem dadores." Foi assim que Marta e Cláudia recolheram quatro recipientes com esperma de quatro amigos, baralharam-nos e escolheram um, aleatoriamente: "Foi a forma que encontrámos de não sabermos realmente quem era o pai."

Nessa noite, as duas mulheres envolveram-se com paixão redobrada: "Queríamos ter um filho numa noite de amor, como qualquer casal. Ser inseminada pela Cláudia foi muito especial para mim, para nós." E correu tão bem que resultou à primeira. Nove meses depois, nascia a Sara. "Hoje, a relação dos nossos quatro amigos com a Sara é muito gira. Eles adoram-na, têm uma proximidade muito parental com ela."

Se um dia algum dos amigos quiser levantar uma acção de averiguação da paternidade, pode fazê-lo (ver caixa, pág. ao lado). De qualquer modo, Marta e Cláudia não estão preocupadas: "Escolhemos estes amigos porque confiamos neles."

No colégio do Pedro e da Sara, todos sabem que eles não têm um pai e uma mãe. Todos sabem que aqueles meninos têm duas mães. E nunca ninguém levantou qualquer questão. Só os amiguinhos do Pedro é que estranharam quando, no primeiro Dia da Mãe que passaram juntos na escola, o Pedro trouxe não uma mas duas mamãs. E quando, no Dia do Pai, as duas mães voltaram à escola, um dos colegas não se conteve: "Então mas tu tens duas mães e dois pais que são meninas?" Uma confusão que o Pedro, então com três anos, se apressou a resolver: "Não. Eu tenho duas mães. E não tenho pai. O meu pai são as minhas mães."

O assunto parece estar bem resolvido na cabeça do Pedro. Pelo menos para já. Mas o pedopsiquiatra Emílio Salgueiro acredita que "a homoparentalidade pode trazer problemas complexos ao desenvolvimento da criança, nomeadamente no que diz respeito à aquisição de identidade de género." Para o especialista, "uma criança filha de um casal homossexual não será obrigatoriamente homossexual mas a probabilidade aumenta muito".

José Alberto Garrido, pedopsiquiatra do Hospital Pediátrico de Coimbra, não vai tão longe: "Creio que uma situação dessas nunca é tão boa para o desenvolvimento de uma criança como crescer com um pai e uma mãe. Mas isso não significa que a criança venha a ter alguma patologia ou venha a ser homossexual." E acrescenta: "Acho que não podemos ser fundamentalistas. Seria idiota dizer que é pior crescer com duas mães do que numa instituição ou numa família disfuncional. Mas é claro que há um impacto na criança."

Joana (nome fictício) tem 39 anos, vive em Aveiro e tem uma filha com um ano e meio. Ao contrário de Marta, Joana avançou sozinha para a aventura da maternidade. "Estava com muita vontade de ter um filho. E arranjei um dador muito especial." O pai da Mafalda é heterossexual e está casado: "A mulher dele não pode ter filhos. E ele queria ser dador, ajudar mulheres homossexuais a realizar o seu sonho."

E assim foi. Joana inseminou-se em casa e ficou grávida à primeira. Foi durante a gravidez que Joana mudou de ideias: "Achei que era importante que o pai registasse a filha. Perguntei-lhe e ele concordou. Hoje, ele e a mulher vêm visitar a Mafalda." Os amigos de Joana temem que a situação venha a complicar-se e que, um dia, o pai da pequena Mafalda e a mulher queiram ficar com ela. Joana diz que esse é um risco que as lésbicas se dispõem a correr quando recorrem a um dador conhecido. Mas, ainda assim, Joana preferiu o risco ao anonimato: "Acho que não lidava bem com o facto de não saber nada sobre o pai da minha filha. Não saber se era uma pessoa bonita por dentro, tolerante, inteligente.

"Hoje, Joana tem uma companheira que partilha com ela a casa e a vida. E quem diz a casa e a vida, diz também a educação da Mafalda. "A minha companheira adora a minha filha. E a Mafalda, sem ninguém lhe dizer nada, já começou a tratá-la por mamã. Como sente que o carinho e o amor vem das duas, trata as duas por mãe. E é uma menina feliz."

In Diário de Noticias de 25/06/2006

Confesso que, apesar de não ser antiquado, assuntos como este fazem-me confusão. Não me refiro à parte humanitária da questão, mas sim à parte em que um ser não tem um elo familiar de homem/mulher; pai/mãe. Não acho natural!

19 junho 2006

Desabafo

Por vezes a vida é assim mesmo. Passamos uma vida quase ingrata, onde a dor, o desgosto e o desalento são uma constante.
Sempre fui “um há margem” por assim dizer, nem sei como cheguei aqui sem ser um vândalo, um drogado ou similar.
Sem pai ou mãe, sempre fui andando esta vida da melhor maneira, entre a casa de uma e outra pessoa.
Hoje olho para trás e vejo que, tive alguma sorte mas, a vida continua a ser quase uma madrasta, sem conteúdo onde, os desgostos e tristezas são uma quase constante.
Por vezes apetece-me desaparecer, partir para local desconhecido onde eu seja apenas alguém desterrado, um pobre que “ali” caiu sem eira nem beira e…esperar pelo fim desta vida que, de Vida tem pouco ou nada.
Não sei…

06 junho 2006

Espirito Santo


É com grande alegria e regozijo que agora sei ter-me saído o Senhor Espírito Santo para uma semana do ano de 2007.

Para quem não é dos Açores, tem a ver com as festas do Espírito Santo que por aqui ficaram aquando do povoamento e, graças a Deus, estão de boa saúde e recomendam-se a quem é cristão.

04 junho 2006

Momentos


E são em momentos como estes, onde a duvida faz-nos duvidar da Tua existência que penso, o quando ainda me falta aprender do muito que penso já saber.